Por Julyana Carvalho
Certo dia saí do
trabalho e presenciei uma cena fatídica.
Um ajuntamento de
pessoas ao redor de um ônibus parado. Junto ao ônibus havia Carro de Bombeiros,
salvamento, policiais, peritos... Acreditei ser somente uma batida de carro
convencional, mas ao me aproximar, não acreditei no que eu via: Embaixo do
ônibus havia uma moto totalmente destroçada. Quando olhei para o asfalto, um
grande rastro de sangue. Alguém tentou amenizar aquele sangue colocando terra
em todo o rastro, mas não adiantou.
Outro dia eu estava
na coordenação corrigindo algumas provas, até que em minhas mãos vieram parar 2
certidões de óbito. “- Você dá aula para o segundo ano né, Jú? São as certidões
de óbito dos pais de um aluno. Eles morreram no feriado de páscoa na ida para
Braslândia. Passou na TV e tudo. Você viu um menino desesperado na pista? Era o
nosso aluno."
Em outro momento, eu comentava com
minha mãe que a alguns dias eu estava assistindo ao Jornal, e vi o relato de
duas mortes: mãe e filha morreram na estrada, em função de um motorista alcoolizado.
Como se não bastasse, semana passada uma jovem foi brutalmente esfaqueada pelo
ex-marido em um Shopping
aqui em Brasília.
Soube que a mãe de
uma amiga querida morreu a pouco tempo, sem motivos aparentes. E essa semana,
muitos outros casos e relatos sobre o último suspiro de mais e mais pessoas:
Uma querida irmã de
minha igreja – Sábado.
Meu colega de
faculdade que faria Mestrado comigo esse ano – Segunda-feira.
O mundo chorou na terça-feira
ao saber da morte do grande líder e revolucionário Hugo Chavez.
Ontem o Brasil lamentou
a perda de um grande nome do Rock brasileiro que embalou minha adolescência,
Chorão.
E o que falar da
triste tragédia em Santa
Maria que levou a seus destinos finais a vida de 234 jovens, aproximadamente?
Eu estava de férias na praia em SC, e ali chorei a perda dos meus tão jovens
conterrâneos. Perdi ali familiares de amigos, conhecidos dos meus pais, jovens
da minha cidade natal.
Todos esses relatos
provocam algo em meu coração,o enchem de dor, de pesar Um aperto. Aquele sangue
que vi no primeiro relato, ali, no chão, gritou em meus ouvidos: ''A vida
é passageira. A vida é um sopro! Esse sangue aqui poderia ser o seu''.
Todos os dias
milhares de pessoas partem para seus destinos finais: o fim da linha, o
encontro com o eterno.
Ainda que não
pensemos sobre isso, o encontro com a morte algum dia acontecerá a todos nós. O
salmista acertou em cheio na frase: "Que
é o homem para que dele te lembres? ''. O homem acredita ter conquistado o
mundo. Apóia-se na própria inteligência. Em seus bens. Em seu emprego estável. Em
seus compromissos, planos e sonhos. Muitas vezes, agimos como o Homem rico da
parábola relatada no livro de Lucas, no capítulo 12:
'... E propôs-lhe
uma parábola, dizendo: A herdade de um homem rico tinha produzido com
abundância;
E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde
recolher os meus frutos.
E disse: Farei
isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali
recolherei todas as minhas novidades e os meus bens;
E direi a minha
alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe
e folga.
Mas Deus lhe disse:
Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem
será?...' (Lucas 12.
16-20)
Por vezes, nossa
vida cotidiana nos leva a esquecer que nossa vida nesta terra é passageira.
Vivemos um dia após o outro, estudamos, trabalhamos, alcançamos vitórias, e
tudo isso é maravilhoso.
Porém, não podemos
esquecer do principal: Nossa vida aqui é muito curta, e em breve passará. De
uma hora para outra, em um piscar de olhos podemos estar diante do Senhor para
responder acerca de nossa breve vida aqui. Sobre isso, cinco pontos me levam à
reflexão no dia de hoje:
1) Você está preparado para
encontrar-se com o seu destino final? Se
você morresse hoje, o que aconteceria com a sua alma? De nada adiantará o
que você tenha feito aqui, se o principal você não tiver: Jesus Cristo como o
Senhor da sua vida.
2) Em função do que você tem vivido? Tenho
visto pessoas conhecidas morrendo, e sempre me pergunto se elas tinham Jesus. Pessoas
que alcançaram fama, reconhecimento dos homens, prestígio, riquezas... Mas de
nada adiantará ser reconhecido por homens e no grande dia não ser reconhecido
pelo Senhor. Viva por algo que valha a pena.
3) Como você tem tratado as
pessoas as pessoas que você ama e as pessoas ao seu redor? Shakespeare
sabiamente discorreu sobre isso: '... Um
dia você descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são
tomadas de você muito depressa, por isso, sempre devemos deixar as pessoas que
amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos...'
4) Agradeça a Deus pela sua
vida a cada novo amanhecer. Muitas pessoas não irão acordar no dia de hoje,
mas você, sim. Cada dia é uma nova oportunidade, um presente, uma dádiva que o
Senhor te dá para que você o faça diferente! Tenho aprendido que é muito melhor
e mais saudável encarar a vida com um coração grato, deixando as bagagens
desnecessárias ao longo do caminho. Um sorriso ainda que tudo esteja ruim, é
muito melhor que uma carranca. O coração alegre aformoseia o rosto, disse o
salmista. (:
5) Invista em coisas que realmente têm
valor. No que você tem investido TUDO de você? Talvez em seus bens, ou em
esforços para passar em um concurso ou ser aprovado no vestibular. Tudo isso
são coisas boas, mas não são as principais. Lembre-se: Coisas nunca, NUNCA serão
mais importantes que pessoas. As coisas você se livra e joga fora. As pessoas
você ama.
Reflita sobre isso.
;) Que possamos valorizar aquilo que é eterno, e jamais acabará. (:
Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a
sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma? - Mt 16.26
É em momentos de morte que pensamos na vida mesmo, né Ju?
ResponderExcluirUm rapaz de 20 anos que tinha câncer, amigo nosso, que visitávamos sempre e acompanhávamos o progresso/retrocesso de sua saúde, morreu em Janeiro. Tem vezes que me lembro dele, e sua vida foi prova viva da fidelidade a Deus. Na fase mais sinistra da doença, quando a morfina já não fazia efeito, ele dizia: "Se não fosse essa doença, eu nunca teria conhecido Jesus."
Pensemos sempre na nossa vida, e o que temos feito com ela.